domingo, 11 de janeiro de 2009

Como às Folhas.

A momentos na vida que são vagos, mesmo que pareçam um turbilhão de acontecimentos. Não tem nada a ver com amar e ser amado, é apenas vago, é um tempo em que tudo é automático, é ser alienado de si mesmo, responsável pela dor que não existe, o bom e ruim em um só, as ferídas doendo tanto quanto dando prazer. Não há saída, nem mesmo que se entenda o que passa, porque se entende, passa, e se passa, então não entende. As folhas cheias de cores viajam ao encontro do esquecimento, e a força também se perde. Com isso já voltei tantas vezes a mim, me vendo lúcido com o mesmo desejo em meus dedos, me alimentando e voltando a esquecer. Tento entender como não te perco, será por Deus isso? O sono que não me deixa viver, briga com a ansiedade, e as folhas apenas correm ao meu rosto me tocando gentilmente e pedindo que as esqueça. Mesmo com os passos mais lentos ainda posso viver, com um prazer um tanto menor ainda posso gozar, e com uma dor maior deixar de pensar. Ao menos agora, devo, estender as respostas até onde hajam perguntas e deixar que as folhas soprem a mim gentilmente.
( Marcos Vinícius de Moraes )

2 comentários:

Anônimo disse...

Lindos textos beibê. Você é minha inspiração. Me espelho nas tuas palavras. Me enchergo nas entrelinhas que vem de você.

Val disse...

Gracias pela visita e comentário no meu "Gatos, fatos & atos". Vou ver o filme que me indicou sim. Valeu!